Considerando as características do piso de madeira como dimensões, espécie, acabamento superficial e presença/ausência de encaixes nas laterais, os fabricantes e/ou comerciantes atribuem denominações específicas ao produto comercial.
Com o objetivo de organizar essas denominações, os pisos de madeira podem ser classificados em dois grupos principais: Maciços e Engenheirados, também internacionalmente conhecidos como Engineered Wood Flooring (EWF). A seguir são apresentadas definições dos principais tipos de produtos que integram cada grupo de pisos de madeira.
Pisos maciços
Assoalho: Peças de madeira maciça variando entre 8 e 22mm de espessura, largura entre 57 e 210mm e comprimentos variando entre 280 e 6000mm. Peças apresentam encaixes macho/fêmea em 2 ou 4 laterais.
Taco: Peças de madeira maciça com ou sem encaixes macho/fêmea nas laterais, espessura entre 8 e 20mm, largura e comprimento fixos, podendo ser confeccionados em várias dimensões. Geralmente, as dimensões do comprimento são múltiplas em relação à largura.
Parquet: São várias peças maciças unidas, formando placas quadradas de 240 x 240mm, 482 x 482mm, ou de dimensões e formatos variados. Sua espessura pode variar entre 6 e 18mm. Também podem ser chamados de parquet mosaico, devido à possibilidade de formação de diferentes desenhos no momento da instalação. Não possuem encaixes laterais ou de topo.
Pisos engenheirados
Piso Estruturado: Geralmente esses tipos de pisos já são envernizados na fábrica e podem ser classificados em três tipos.
a) Estruturado Maciço: É constituído por uma base de painel de madeira e um
revestimento de madeira serrada adequado para piso chamado de lamela, que geralmente apresenta espessuras entre 2 e 5mm. A base deste piso é constituída de peças de madeira maciça unidas lateralmente. As espessuras são variáveis, sendo as mais comuns de 11, 15 e 19mm.
b) Estruturado Lamela (Multi estruturado): É constituído por uma base de painel de madeira e um revestimento de madeira serrada adequado para piso, chamado de lamela, que geralmente apresenta espessuras entre 2 e 5mm. No Brasil, normalmente, a base deste piso é de painel de madeira compensada com número de lâminas variável conforme a espessura final do piso que pode variar entre 9,5 e 19mm.
c) Estruturado Lâmina (Multi laminado): É constituído por uma base de painel de madeira compensada com número de lâminas variável conforme a espessura final do piso e revestido por uma lâmina mais fina de madeira que geralmente apresenta espessuras inferiores a 0,6mm. As espessuras finais dos pisos geralmente variam entre 7 e 15mm.
Piso laminado: São painéis de fibras ou partículas de madeira reconstituída, como MDF (painel de fibras de média densidade), HDF (painel de fibras de alta densidade) e MDP (painel de partículas de média densidade). Os painéis são revestidos por uma camada de papel impregnado com resina melamínica, que proporciona variados padrões decorativos, inclusive imitando a madeira natural.
Normas técnicas para pisos de madeira:
Uma das principais ações da ANPM, desde a sua fundação, tem sido a elaboração de Especificações Técnicas para pisos de madeira maciça, as quais consistem a base de um programa de certificação de conformidade.
A seguir são descritas algumas informações importantes, constantes nas Normas Técnicas e mais relacionadas à instalação de pisos de madeira. Maiores informações a respeito das mesmas podem ser obtidas junto à ANPM. Normas para pisos foram oficializadas junto à ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, 2010).
É importante frisar que essas especificações atendem principalmente os pisos do tipo assoalho, com ênfase ao padrão de exportação e que podem ser normalmente utilizados no Brasil. Este assoalho apresenta encaixes macho e fêmea nas 4 laterais, comprimento máximo de 214cm, largura máxima de 12,7cm e espessura nominal de 19,05mm.
a) Orientações gerais
Com relação à instalação do piso:
No momento da instalação, as peças devem estar adequadamente secas, ou seja, apresentarem teor de umidade de equilíbrio da região (ver Tabela 04).
Os pisos de madeiras claras, brancas ou amarelas são mais susceptiveis ao ataque de organismos xilófagos (manchadores), portanto, a instalação em áreas mais úmidas, tais como banheiro, sacada, cozinha, ou mesmo em ambientes que fazem interface com estas áreas, é preciso utilizar produtos impermeabilizantes e isolantes para evitar a colonização por estes organismos e consequentemente o aparecimento da mancha de cor azulada, acinzentada e até preta.
A radiação solar direta e excessiva pode ocasionar a ocorrência de rachaduras superficiais nos pisos e no produto de acabamento. A luz também causa alterações na cor, normalmente escurecendo a superficie da madeira, assim, pisos parcialmente cobertos por tapetes e móveis devem apresentar diferenças de tonalidade após um período de exposição.
Os pisos de madeira podem apresentar grã ou fibra revessa e variações de tonalidade características intrínsecas de cada espécie de madeira.
Antes da instalação de um piso de madeira é preciso verificar toda a base (contrapiso de cimento, barrotes/granzepes, painéis, etc) e sua capacidade de sustentar, fixar e manter o piso de madeira estável, evitando problemas causados pela base, mas que aparecem no piso.
b) Tolerâncias
A regra geral é que as peças sejam igualmente resistentes e aplicáveis. São consideradas não conformidades quaisquer características ou problemas que possam comprometer a futura instalação e utilização do piso de madeira. Os aspectos mais importantes e suas respectivas tolerâncias são:
Defeitos: Envolvem diversos aspectos como empenamentos, falhas de encaixes e de superfície, esquadro, rachaduras, manchas, furos e nós. Caso o defeito comprometa o uso do produto, é considerado não conformidade.
Espessura: Tolerância de ± 0,20mm em relação à dimensão nominal.
Largura: Tolerância de ± 0,20mm em relação à dimensão nominal.
Umidade: Tolerância de ± 1,5% em relação à umidade nominal.
Também existe uma classificação de qualidade em relação a aspectos estéticos, defeitos leves e/ou características visuais que não comprometem a aplicabilidade do piso.
c) Controle de qualidade
A ANPM recomenda que os distribuidores, representantes, revendedores, instaladores e também os compradores de pisos de madeira efetuem um controle de qualidade no momento do recebimento do produto, de forma amostral, escolhendo algumas peças ao acaso para fazer as verificações.
O controle de qualidade é importante para identificar a conformidade dos produtos confeccionados, antes da instalação destes. Também é uma forma de segurança para garantir o investimento que está sendo efetuado e evitar transtornos de manutenção precoce.
O ideal é que os compradores de pisos exijam garantia em relação ao produto adquirido e que a fábrica ou o vendedor façam o controle de qualidade amostral no local de instalação.
Desta forma, caso ocorra algum problema pós-instalação, fica mais fácil analisar a responsabilidade da empresa fabricante do piso.
Os consumidores de produtos de madeira podem buscar ajuda junto às empresas e profissionais especializados, que fazem controle de qualidade em produtos de madeira e podem orientar sobre os cuidados antes, durante e após a instalação.
Parte integrante do Livro Guia básico para instalação de pisos de madeira (Cap.2 páginas: 34 á 37)